A Guerra dos Farrapos (também
conhecida como Revolução Farroupilha), foi uma revolta regional ocorrida no Sul
do Brasil, teve caráter republicano, contra o Governo Imperial, e aconteceu de
20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845. Ela adquiriu um caráter separatista
com o passar do tempo e acabou influenciando outras revoltas que ocorreram em
outras localidades do país. Os principais líderes do movimento foram Bento
Gonçalves e Antônio de Sousa.
A revolta foi denominada desse
modo devido à maneira como eram chamados os que se revoltavam contra o governo
imperial: farrapos, ou farroupilhos. Era um termo considerado pejorativo, mas
já era utilizado cerca de dez anos antes da Guerra dos Farrapos para se referir
aos sul-rio-grandenses que estavam vinculados ao Partido Liberal.
Um dos principais fatores que
contribuíram para o estopim da revolução foi o importante papel da elite
agrária do Rio Grande do Sul sobre a produção pecuária interna do país com
produtos como o couro e o charque, uma espécie de carne bovina cortada em manta
e salgada, utilizado principalmente para a alimentação de escravos. Foi
desvalorizado após benefícios tributários fornecidos pelo governo a produtos
importados, pelo próprio governo considerar os preços do mercado rio-grandense
abusivos.
Inicialmente, reivindicavam a
retirada de todos os portugueses que se mantinham nos mais altos cargos do
Império e do Exército, mesmo depois da Independência, respaldados pelo Partido
Restaurador ou caramuru. Os caramurus almejavam a volta de D. Pedro I ao
governo do Brasil. Além do mais, o território do Rio
Grande do Sul, desde o século XVII foi embasado por um sistema de concessão de
terras e chefes militares. Esses proprietários de terra exerciam seu poder
principalmente em defesa dos seus próprios interesses e usualmente entravam em
oposição as autoridades militares, representantes da coroa. A importância dos
estancieiro-soldado era tão grande que nessa divergências a coroa fazia vista
grossa aos acontecimentos consequentemente dando um pouco de autonomia ao poder
local.
É importante ressaltar as
diversas pequenas tentativas de proclamar uma república no Rio Grande do Sul, que contaram com o apoio de diversos imigrantes alemães, mas foram rapidamente impedidas. Após
essas tentativas frustradas foi criada a “Sociedade Militar”, clube do Rio de Janeiro
de apoio ao imperador e impulsionador da restauração de D. Pedro I no trono
brasileiro. Os proprietários de terras do Rio Grande do Sul não viam com bons
olhos a Sociedade Militar e exigiam que o governo os colocasse na ilegalidade.
Dentre esses protestos surgiram algumas rebeliões, mas foram rapidamente
reprimidos.
Em setembro de 1835, os
revolucionários tomaram a cidade de Porto Alegre, fazendo com que as forças
imperiais fossem obrigadas a deixarem a região. Após terem seu líder capturado
e preso, os Liberais não se deixaram abater e com um novo líder (Antônio de
Sousa) obtiveram novas vitórias.
Os farroupilhas obtiveram várias
vitórias diante das forças imperiais e proclamaram a República em Piratini e
Bento Gonçalves, mesmo na prisão, foi nomeado presidente. No ano de 1837, após
fugir da prisão, Bento Gonçalves assume de fato a presidência da República
Rio-Grandense. E em 24 de julho de 1839, mesmo com as forças do exército da
regência, os farroupilhas liderados por Davi Gonçalves, proclamam a República
Juliana, na região de Santa Catarina.
Entretanto, o governo imperial
nomeou Duque de Caxias (Luiz Alves de Lima e Silva) para comandar uma ação com
objetivo de finalizar o conflito separatista no sul do Brasil. Em 1845, após
vários conflitos militares, enfraquecidos, os farroupilhas aceitaram o acordo
proposto e a Guerra dos Farrapos terminou e a República Rio-Grandense foi
reintegrada ao Império brasileiro.
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Carga de cavalaria farroupilha, por Guilherme Litran |
Débora Ferreira, Larissa Silva e Willian Barros
3º ano "A" - Ensino Médio
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